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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Energia eólica faz 20 anos no Brasil e cresce no sistema elétrico

Novos projetos estão previstos para São Francisco de Itabapoana

Mil aerogeradores por ano. Esse é o ritmo de crescimento prometido pelos parques eólicos no Brasil nos próximos três anos. Essa fonte de energia está completando 20 anos em 2012, como a de maior crescimento no país, com investimentos estimados em R$ 50 bilhões.

O primeiro aerogerador foi instalado no Brasil na ilha de Fernando de Noronha, em 1992. Desde então, mil equipamentos foram instalados em 71 parques eólicos no país. O campeão no uso dessa matriz no sistema elétrico é o estado do Ceará, mas estima-se que o Rio Grande do Norte assumirá a liderança em 2014, com 40 usinas que deverão entrar em funcionamento.

A melhor notícia é a formação de uma indústria com a cadeia de fornecimento completa, estimulada pela obrigatoriedade de 60% de índice de nacionalização dos aerogeradores que quiserem obter financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao todo, são 12 mil empregos gerados na área, que podem aumentar nos próximos anos.

Uma das principais razões para o uso de aerogeradores é a redução do  índice de poluição através da energia dos ventos considerada uma fonte de energia renovável, amplamente disponível, com baixo impacto ambiental.

Em São Francisco de Itabapoana, com um território de 1254 quilômetros quadrados, sendo o segundo maior município em extensão territorial do estado e que tem como principal fonte de economia a agricultura, foi instalado, em 15 de abril de 2010, a primeira torre do Parque Eólico de Gargaú (primeiro parque eólico da Região Sudeste), que tem 

As condições altamente favoráveis do município possibilita o estudo de um novo parque, com audiências públicas já tendo sido realizadas para cumprir a legislação ambiental. Com os estudos apresentados e seus resultados, a ampliação do sistema no município podechegar até a mais 100 torres.

RESULTADOS DO PARQUE DE GARGAÚ E DISTRIBUIÇÃO PARA TODO PAÍS
A capacidade do Parque em SFI é de gerar 28 megawats por dia, o que daria para abastecer uma cidade com cerca de 80 mil habitantes. Como o sistema elétrico nacional reúne um conjunto de diferentes produções de energia para, só aí, distribui-la por todo o País, a produção do parque eólico de Gargaú segue a mesma concepção de distribuição. 

O que é produzido lá segue para uma central, para ser redistribuído nacionalmente. Sendo assim, SFI não leva nenhum tipo de “vantagem” por sediar o parque, e entra no bolo dos mais de 5 mil municípios brasileiros.

Segundo dados da GWEC, organização não governamental com sede em Bruxelas, na Bélgica, que trabalha pelo desenvolvimento do setor em todo o mundo, a capacidade instalada de energia eólica no Brasil era de 606 megawatts em 2009, antes, portanto da construção do Parque em Gargaú.

Chama a atenção o número reduzido de pessoas que trabalham diretamente no Parque. UM ano depois do início das atividades, eram apenas oito. São técnicos de operação e engenheiros eletricistas. É feito um monitoramento com um computador 24 horas por dia, em turnos de oito horas para cada técnico, do funcionamento de cada poste, de dentro da pequena central de produção elétrica. “A perda de energia é mínima, apenas 3%. É uma energia totalmente limpa e não causa grandes impactos ambientais”, enumerou na ocasião em entrevista ao Site Ururau, Gilberto Braz de Lima, gerente do Parque.

DIMENSÕES IMPRESSIONAM E EMBELEZAM O LITORAL
Com um território de 1254 quilômetros quadrados (o segundo maior município em extensão territorial do estado), São Francisco de Itabapoana começa a atrair um novo tipo de visitante. O Parque Eólico de Gargaú está atraindo turistas a fim de registrar as imensas torres de geração de energia que se destacam ao longe – o parque pode ser visto de São João da Barra, do outro lado do rio Paraíba do Sul, a quase 50 quilômetros de distância.

O parque impressiona pelo tamanho. Cada uma das 17 torres tem 80 metros de comprimento, podendo alcançar 110 metros totais com uma das pás (ou hélices ou “blades”) na vertical. Cada pá tem 30 metros de extensão. São três pás para cada torre. Estima-se que a obra, avaliada inicialmente em R$ 140 milhões, tenha custado o dobro. Foram dois anos de obras, envolvendo 300 pessoas.

A rotação das abas é de 14 RPM, o que equivale a uma velocidade máxima de 160 km/h. As abas são construídas com fibras de vidro e carbono e chegaram na cidade em caminhões a partir do porto do Rio, vindas da Dinamarca em navios.

Apesar do parque ocupar uma área de 500 hectares, apenas 1,7 do total tem área construída. Só o eixo de giro das abas (chamado “vacele”, contendo um flash light de orientação para aviões) pesa 70 toneladas. As abas são montadas no chão e içadas por guindastes. Há uma subestação unitária para cada torre.
Fonte: Ururau

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