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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Hospital Ferreira Machado registra 1º caso de Superbactéria em Campos

Superbactéria anula os efeitos de antibióticos.
Além de Campos, outros casos foram registrados em Duque de Caxias e na cidade do Rio
superbactéria
A Diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde está monitorando o caso de um paciente de 60 anos internado no Hospital Ferreira Machado (HFM) acometido por uma bactéria modificada pelo gene NDM-1 (superbactéria). Ele está no setor de Doenças Infecciosas Parasitárias (DIP) da unidade hospitalar, apresenta boa evolução e terá alta nos próximos dias, como informa o vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Doutor Chicão.
- O paciente vai continuar sendo acompanhando pela Vigilância em Saúde e pelo Programa de Assistência Domiciliar (PAD), pois fez um quadro de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em maio deste ano. Além da assistência hospitalar, fizemos o trabalho de orientação e prevenção, norteando quanto à lavagem correta das mãos, desinfecção do ambiente e uso adequado dos materiais de desinfecção – explicou Doutor Chicão.
HFM capaDe acordo com o diretor de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, o paciente não desenvolveu a infecção. “Fizemos um trabalho em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Vigilância Sanitária do estado do Rio de Janeiro para isolar a bactéria. Trata-se de um caso de colonização da bactéria e não uma infecção”, disse o diretor.
Ele esclarece a diferença entre colonização de bactéria e invasão com infecção. “Enquanto na primeira temos apenas a bactéria sobrevivendo sem causar nenhum problema ao paciente, como foi o caso de Campos, o segundo se dá quando a bactéria invade a corrente sanguínea e causa sepse grave e morte”, orientou.
No Estado
O Rio de Janeiro registrou os primeiros casos de contaminação por bactérias modificadas pelo gene NDM-1. Essas superbactérias anulam os efeitos de antibióticos, inclusive aqueles que são mais utilizados para combater infecções por micro-organismos multirresistentes. Os casos foram registrados na pediatria do HemoRio, instituição de referência para tratamento de pacientes com doenças do sangue, e em hospitais de Campos, e em Duque de Caxias. Nenhum paciente morreu. Foi o segundo Estado do País a identificar a superbactéria. O Rio Grande do Sul teve cinco casos divulgados em maio.
A primeira pessoa do Rio de Janeiro a ser identificada com a superbactéria foi uma menina, que trata uma leucemia no HemoRio. Ela já havia recebido alta, depois de um mês de internação, e foi encaminhada para colocação de um cateter no Hospital da Criança. Lá, foi submetida ao exame de rotina para identificar possível infecção. O resultado deu positivo.
A menina não chegou a desenvolver a infecção. O hospital procurou outras crianças que entraram em contato com a paciente. Também fechou leitos para permitir o isolamento daqueles que estavam internados e a desinfecção das enfermarias. Ainda há pacientes em isolamento, mas não foram diagnosticados novos casos.
O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, esclareceu que nenhum dos pacientes identificados no Rio adoeceu. “Não foram casos de infecção. As pessoas foram colonizadas pela bactéria com mecanismo de resistência mais amplo. Não há indicação para interromper a rotina do funcionamento dos hospitais”, afirmou Chieppe. Ele ressaltou que foram colocados em ação planos para conter a infecção, com intensificação da limpeza de ambientes.
O infectologista Alberto Chebabo, chefe do serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que a infecção por superbactéria pode ser grave para pacientes com baixa imunidade, que estão em longas internações. “A bactéria se torna resistente a vários antibióticos. São poucas as opções de tratamento”. Ele ressalta que o controle é muito difícil. “É importante evitar a superlotação, melhorar a higienização das mães e a vigilância de bactérias. Agora vamos ter que saber se ela vai se adaptar e ficar permanentemente no Brasil, se vai se espalhar ou se serão casos esporádicos”.
As superbactérias aparecem a partir de uma mutação genética. Bactérias que já estão presentes no organismo, como a E. Coli, sofrem a modificação e passam a produzir enzimas que anulam o efeito do antibiótico. NDM-1 é a sigla pela qual é conhecida a enzima que torna a bactéria multirresistente. Significa “New Delhi Metallobetalactamase”. O primeiro caso foi registrado em Nova Délhi, na Índia, em um paciente sueco, em 2009. Superbactérias com essa mutação foram identificadas nos Estados Unidos, Canadá, países da Europa e da América Latina.
Fonte: Campos 24 horas
 

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