Com aproximadamente 100 atendimentos por mês, um dos mais tradicionais hospitais de Campos, corre o risco de fechar as portas dos setores de obstetrícia e pediatria. A Santa Casa de Misericórdia passa por momentos financeiros críticos, o que dificulta principalmente o pagamento de salários de funcionários e a manutenção da unidade.
Atualmente o hospital recebe um repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Prefeitura de Campos, porém o do SUS, não seria suficiente. Segundo o provedor do hospital, Benedito Marques, alternativas estão sendo analisadas para que o hospital continue atendendo aos pacientes.
“Estamos conversando com a Secretaria de Saúde e procurando alternativas para que esta situação financeira melhore. O repasse do SUS não está sendo suficiente e acho que uma das alternativas mais viáveis seria a vinda de profissionais da Saúde do município, para o Hospital”, disse Benedito Marques, ressaltando que o repasse da Prefeitura está em dia, assim como o repasse do SUS e que os profissionais estão com seus salários devidamente regularizados.
Na próxima segunda-feira (21/10), às 18h, será realizada uma reunião na Santa Casa de Misericórdia, onde estarão reunidos funcionários da unidade, provedores e o secretário de Saúde e vice prefeito de Campos, Doutor Chicão, onde discutirão possibilidades para resolver a situação.
Ao ser indagado sobre os valores recebidos tanto do SUS, quanto da Prefeitura, o provedor declarou não saber. Os recursos do SUS estão relacionados ao número de atendimentos do hospital.
Além da Santa Casa de Misericórdia os serviços nas áreas de obstetrícia e pediatria são oferecidos à população, através do Sistema Único de Saúde, nos Hospitais Beneficência Portuguesa e Plantadores de Cana.
A equipe do Site Ururau entrou em contato com assessoria de imprensa da comunicação da Prefeitura para saber da viabilidade de se oferecer profissionais da área médica ao hospital, que em nota esclareceu:
A decisão do possível fechamento do serviço de obstetrícia é opção da direção do Hospital Santa Casa de Misericórdia, tendo em vista a baixa produtividade do serviço em relação às demais unidades, tornando a manutenção do mesmo economicamente inviável. O provedor da unidade, Benedito Marques, afirmou, em reunião com o vice-prefeito e secretário de Saúde, Doutor Chicão, e demais unidades que oferecem o serviço de obstetrícia (realizada no dia 27 de setembro deste ano), que não seria mais viável manter o procedimento e mostrou preferência por substituí-lo por outro.
Na ocasião, o provedor afirmou que o serviço de pediatria não seria afetado. O aumento no aporte de recursos está ligado ao amento da produção de serviços. O vice-prefeito tranquiliza a população e garante que ninguém ficará desassistido, uma vez que o serviço é garantido, ainda, no Hospital Plantadores de Cana, referência em maternidade de alto risco, e no Hospital Beneficência Portuguesa.
Em todo o primeiro semestre deste ano, a prefeitura repassou ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Campos R$ 19.060.998,81 de recursos federais e municipais. As unidades contratualizadas por meio da Gestão Plena da Saúde receberam, juntas, mais de R$ 90 milhões de recursos. “Estamos repactuando o modelo atual de contratualização. Campos aplica 30% do seu orçamento na Saúde e investe R$ 2 mil por habitante, enquanto a média nacional é de R$ 500, considerando a população que utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse Doutor Chicão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário