Vazamento de petróleo pode ser bem maior que o esperado

A petroleira Chevron informou que a quantidade de petróleo derramado está abaixo de 65 barris. Mas uma ONG dos EUA acredita que vazam 3.700 barris por dia.

Institutos Ambientais, Marinha e Agência Nacional do Petróleo (ANP) fazem vistorias no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Há 11 dias vaza petróleo de um poço, que está com uma rachadura. O poço fica a 120 quilômetros da costa. A petroleira Chevron informou que a quantidade de petróleo derramado na superfície do mar está abaixo de 65 barris.

No início, a petroleira havia dito que seriam 650 barris, 10 vezes mais. O óleo está escapando por uma fissura de cerca de 300 metros de extensão, a 1.200 metros de profundidade. Segundo a empresa, 18 navios operam em esquema de revezamento.

Ainda na manhã desta sexta-feira (18), o Secretário Estadual do Ambiente, Carlos Minc, deu uma entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo e disse que a empresa responsável pelo campo de petróleo não será multada apenas pelo Ibama, já que o estado também deve penalizar a Chevron.

E uma ONG dos Estados Unidos, a Shytruf, que acompanha o vazamento no estado do Rio, não concorda com os números divulgados pela companhia norte-americana. Para o presidente dessa ONG, vazam no Campo de Frade 3.700 barris por dia. Essa ONG dos Estados Unidos foi a primeira a alertar que o vazamento de petróleo no Golfo do México, ano passado, era maior que o divulgado pelo governo americano.

Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão percorrendo praias para verificar se a mancha já chegou ao litoral da Região dos Lagos. Durante a manhã desta sexta (18), dois agentes foram à Praia Grande e à Prainha, em Arraial do Cabo, e também às praias do Foguete e do Forte, em Cabo Frio. Eles conferiram se havia resíduos de óleo na areia e ainda retiraram fotos para registro. Esse trabalho também está sendo feito em Búzios. Segundo eles, ainda não há indícios de que a mancha tenha avançado para a Região dos Lagos. No sábado (19), os agentes vão fazer esse mesmo monitoramento, que vai ser diário até acabar o vazamento.

Essa mancha de óleo parece estar se deslocando para alto mar. E é isso que as autoridades esperam, que ela justamente não chegue ao litoral e assim evite danos ainda maiores ao meio ambiente. Um exemplo é um tipo de óleo que apareceu em agosto do ano passado nas praias da Região dos Lagos e causou problemas. Segundo a Marinha, o óleo não vazou de plataformas de petróleo. A suspeita era de que ele tivesse sido despejado no mar por algum navio que fazia limpeza dos tanques, mas até hoje isso não foi esclarecido. Na época, banhistas das praias de Cabo Frio e Arraial do Cabo se surpreenderam com a poluição. Diversos pinguins foram encontrados no litoral sujos de óleo e alguns mortos.

Fonte: in360
Foto: Arquivo